terça-feira, 3 de dezembro de 2024

SER MULHER

 

 


 

O que falta na sociedade

É se ter mais consciência

Enxergar o valor da mulher

Não permitir a violência.

 

É preciso dar um basta

Com tanta agressão

Palavras que machuca

Cada dia um feminicídio

Onde fica a proteção?

 

Mulher não é objeto

Ela é dona do seu nariz

Não permita que um machista

Venha lhe fazer infeliz

Tome uma atitude

Siga na vida feliz.

 

Tem a lei Maria da Penha

Não aceite discriminação

Denuncie- faça valer

Lugar de monstro é na prisão

Exija seus direitos

Não aceite agressão.

 

Autoria- Irá Rodrigues

MARIA NA INTERNET

 


 

 

Ganhou um celular

Começou conhecendo gente

Algumas eram boas

Outras era bem diferente

Maria estava encantada

Se dizia muito contente.

X

 

Logo criava grupos

Seu tempo era acessar

Dizia saber de tudo

Nem posso imaginar

Perdia até a hora

Sem ver o tempo passar.

Sua mãe velha senhora

Trabalhando a vida inteira

Reclamava com a filha

Para deixar de besteira

Não adiantava falar

Maria só faz besteira.

 X 

Um dia se arrepende

De tudo vai se encher

É muita futilidade

Precisa só entender

Parece até criança

Não sabe compreender.

 X

Maria nunca ouvia

Encontrou uma amizade

Saiu do desespero

Era pura felicidade

De ante do que falavam

Não existia maldade.

Estava sem energia

Acabou-se a bateria

Maria esperneava

Sem ter mais alegria

Se esquecia de tudo

Do bate-papo não esquecia.

 X

A energia voltou

Começou a gritaria

O celular carregou

Voltou a sua alegria

Foi ler mil mensagens

Com sabor de magia.

 

Certa noite sem dormir

Passava da madrugada

Lhe enviaram fotos

Cada uma mais ousada

Desligou o telefone

Estava bem assustada.

 X

Estava muito inquieta

A noite toda acordou

Tomou café e licor

Nada disso adiantou

O celular não parava

Decidida desligou.

Despertou às sete horas

Foi tomar um café

Estava impaciente

Tomou ali mesmo de pé

Quando o telefone tocou

Era seu primo José.

 X

A tarde estava quente

Precisava do virtual

Ligou seu celular

Tudo estava normal

Ali era o seu mundo

Melhor que o real.

 X

Recebeu uma chamada

Da prima Maristela

Falaram de quase tudo

Ela era bem tagarela

Desligou, disse adeus

Foi se sentar na janela.

 X

Foi assim que Maria

Foi perdendo a liberdade

Se sentia envolvida

No mundo de maldade

Perdeu os seus amigos

Quem lhe dava felicidade.

 X

Dizia que os amigos

Conhecidos na internet

Era tudo que ela queria

Falar com aquela gente

De todo canto do mundo

Agora se sentia carente.

 X

Começou a fazer self

Enviava a quem pedia

Sem saber que o perigo

Aos poucos lhe prendia

Estava mesmo iludida

Sua liberdade perdia.

 X 

Esse mundo virtual

É muita futilidade

Conversas infundadas

Envolvendo a sociedade

Quem não usa acha careta

Sem seguir a modernidade.

Maria se envolveu

Como linha no carretel

Fez papel de boba

Fugindo da vida real

Faço aqui um alerta

Nos versos desse cordel.

Autoria Irá Rodrigues

 

 

 

 

 

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

A HISTÓRIA DE ZÉ MATUTO E DONA FULÔ


01

Dona Fulô ouviu falar

De um moço aprumado

Procurou logo conhecer

Esse homem apaixonado

Vasculhou a rede social

Ele era mesmo encantado.

02

Começou um bate papo

Querendo lhe conhecer

Para dizer a verdade

Ela tentava entender

O jeito fabuloso

Daquele homem viver.

03

Certo dia ele ligou

Fulô pulou da cadeira

O telefone caiu da mão

Estava numa tremedeira

Nem conseguia falar

Medo de dizer besteira.

04

Aquela voz intrigante

Parecia que cantava

Fulô só queria ouvia

O que o homem falava

A emoção era tão grande

Encantada ela ficava.

 

05

Fulô naquele momento

Tomada pela emoção

Estava atordoada

Sem ter imaginação

Estava um turbilhão

Invadindo seu coração.

06

 

Zé, então lhe perguntou:

Você está contente?

Já passamos tanto tempo

Queria você presente

Agora para consagrar

Precisamos seguir em frente.

07

Fulô logo concordou

Programou sua viagem

O grande dia chegou

Parecia uma miragem

Pegou as suas malas

Não esqueceu da passagem.

08

Os passos ficavam pesados

Era grande o sentimento

Ao entrar naquele ônibus

Teve outro pensamento

Como seria a reação

Quando chegasse o momento.

 

09

 

Escreveu uma mensagem

No acento se sentou

O ônibus seguia tranquilo

De ansiedade cochilou

Depois de quatro horas

Para o encontro chegou.

10

Desceu na rodoviária

Era grande a alegria

Encontrar o seu amor

Um abraço lhe daria

De repente sentiu medo

Ele não aparecia.

11

O coração palpitava

Ao ver o Zé chegando

Estava muito nervosa

Começou se arrumando

Sem ao menos perceber

Ele foi se aproximando.

12

Foi lindo aquele momento

Dois corações palpitando

Ele foi mostrar a cidade

O amor no ar flutuando

Entre um passo e outro

Beijos iam trocando.

 

13

Foram para a fazenda

Era pura a felicidade

Primeira noite dos dois

Bem longe da cidade

O jantar naquela varanda

Reinava tranquilidade.

14

Os dias se passaram

Era hora da despedida

Fulô de um lado chorava

Zé triste pela partida

O beijo e o abraço

Da sua amada querida.

15

Voltando a sua rotina

Fulô disse com euforia

A internet me apresentou

Quem me traz alegria

Nosso amor se fortalece

Como a vida em poesia.

16

O tempo foi passando

Resolveram se casar

Ele disse calmamente

Para sempre irei te amar

A resposta de Fulo

Estava em seu olhar.

 

 

17

Fulô emocionada

Sua história escreveu

Ao lado de Zé Matuto

A felicidade cresceu

Quando a primeira filha

Daquele amor nasceu.

18

As noites na fazenda

Tinha cantoria e repente

 A Lua como testemunha

A vida sempre contente

Era amor de verdade

Acredite minha gente.

19

Cinco anos se passaram

Do encontro do casal

Deus escreve certo

Começou no virtual

Hoje ao lado dos filhos

Construíram a vida real.

20

Fulô e Zé Matuto

Sabemos que é complicado

Essa tal de internet

Mas vejam que engraçado

Aqui está um casal

Feliz e apaixonado.

 

Autoria Irá Rodrigues

 

 

 

 

ZÉ MATUTO

 


 

Estava desiludido

Queria pegar a estrada

Resolveu ir viajar

Vendeu sua boiada

Onde encontrasse paz

Seria a sua parada.

 

Saiu do Nordeste

Em direção a capital

Queria encontrar alguém

Que levantasse o seu astral

Não queria mais ilusão

Queria viver o real.

 

Deixaria pra traz a tristeza

Na mala levaria a saudade

Quem sabe conhecer a Europa

Ver um mundo de verdade

Bem longe do seu sertão

Esquecer um pouco a realidade.

 

Zé tinha sempre afirmou

 Ser um homem apaixonado

Encontrar uma boa moça

E voltar de lá casado

Enterrar de uma vez

A tristeza do passado.

 

Autoria-Irá Rodrigues


 

 







 

 

 


 
 

A MOÇA MISTERIOSA

 


 

 

Apareceu numa cidade

Uma moça granfina

Andava de salto alto

Com sua cintura fina

Tinha corpo de mulher

E jeito de menina.

 

Se exibia nas ruas

Com batom vermelho

Parava nas esquinas

Se olhava no espelho

Quando dava um sorriso

 Nos dentes o aparelho.

 

Com seu doce carisma

Sabia como conquistar

Com todos fazia questão

De ir cumprimentar

Aquele sorriso aberto

Não tinha como não gostar.

 

Certo dia num baile

Foi pedida em casamento

Os dois foram envolvidos

Pela magia do momento

O moço era ricaço

Demonstrou contentamento.

 

O casório foi marcado

O noivo todo empolgado

Não conseguia esconder

Que estava apaixonado

O pior aconteceu

Naquele momento marcado.

 

A igreja estava lotada

O noivo no altar esperava

Começaram os comentários

A noiva nunca chegava

Saíram para procurar

Mas onde ela estava?

 

A polícia foi chamada

Começou a investigar

Ninguém tinha o endereço

E por onde começar,

Não sabiam onde morava

Como iriam encontrar…

 

O desespero era grande

Sem saber o que fazer

O noivo se lamentando

Só pensava em morrer

A vergonha era tanta

Procurou desaparecer.

 

Os dias se passavam

Era grande o sofrimento

A vida perdeu a graça

O sonho de um momento

Lembrava da sua amada

Chorava de sentimento.

 

A moça misteriosa

Sumiu feito fumaça

Não se falavam mais

Naquela grande desgraça

O noivo abandonado

Aos poucos perdia a graça.

 

Sem perder a esperança

Resolveu investigar

Andou por toda a região

Ninguém sabia explicar

Passaria a vida inteira

Um dia iria encontrar,

 

O noivo resolveu viajar

Quando avistou na estrada

Aquela que lhe fez sofrer

Parecia muito desesperada

Ele parou ao seu lado

Parecia alma penada.

 

O choque foi tão grande

O cabelo se arrepiou

Correu até um posto

O gerente lhe explicou

Tudo que aconteceu.

 

Não se sabe de onde é

Enterrada como indigente

Uma moça tão linda

Pelo visto inteligente

Esperando uma luz

Para seguir em frente.

 

Veja aquele capinzal

É onde está enterrada

Visite, faça uma oração

Ela vive pela estrada

Faz carros capotarem

É uma alma desamparada.

 

O noivo entre soluços

Seguiu naquela direção

Uma sepultura abandonada

Parecia uma assombração

Embaixo estava escrito

O nome dela, Conceição.

Saiu dali arrasado

Voltou para sua cidade

Mandou rezar uma missa

Em seu ato de caridade

Pois naquele túmulo

Deixou a sua saudade.

 

Daquele dia em diante

Muitos viam passar

A moça de batom vermelho

Em frente onde iriam morar

A casa foi abandonada

O noivo dali foi embora

O passado resolveu ignorar.

 

Irá Rodrigues

SER MULHER

 

 


 

 

O que falta na sociedade

É se ter mais consciência

Enxergar o valor da mulher

Não permitir a violência.

 

É preciso dar um basta

Com tanta agressão

Palavras que machuca

Cada dia um feminicídio

Onde fica a proteção?

 

Mulher não é objeto

Ela é dona do seu nariz

Não permita que um machista

Venha lhe fazer infeliz

Tome uma atitude

Siga na vida feliz.

 

Tem a lei Maria da Penha

Não aceite discriminação

Denuncie- faça valer

Lugar de monstro é na prisão

Exija seus direitos

Não aceite agressão.

 

Autoria- Irá Rodrigues

BIOGRAFIA

 

 

 

IRÁ RODRIGUES, nascida na fazenda Serrote, município de Ipecaetá, residente em Santo Estevão-BA, Professora do Estado aposentada, licenciada em geografia pela UEFS-Universidade Estadual de Feira de Santana, escritora com quinze livros solo editados aqui e em Portugal, -pela Studios Editora, doze voltados ao público infantil. Organizadora e fundadora do Projeto Vivendo Criança já na sua VI edição com parceria de outros escritores infantil, patrocinadora de novos escritores mirins de escolas públicas no intuito de incentivar a leitura e escrita. Apaixonada pela literatura, contadora de histórias e incentivadora a literatura poética em sala de aula. Participação em várias antologias. Iniciando no mundo da literatura de cordel com curso e certificada. Recebeu vários prêmios como destaques poéticos: O Melhor da Poesia Encantada pela Editora Becatet, condecorada com Prêmios Literários: Monteiro Lobato, Menção honrosa pelo Consulado Isla Negra Del Mundo, participação na Revista Literária Lusofonia Divulga Escritor, Mérito Luíza Joaquina pela Embaixada da Poesia, Contos infantil premiados pelo Vozes da Imaginação e Palavra Brasil.

Homenageada pela Câmara Municipal de Vereadores, pela FLISE- Feira Literária de Santo Estevão e Escolas da rede municipal de educação.

Placa de reconhecimento literário pela Prefeitura Municipal de Santo Estevão.

Presidente fundadora da AVAL-Academia Virtual de Arte Literária, membro de Mulheres Maravilhosas, grupo literário organizado por Sol Figueiredo, membro da ALB-Academia de Letras do Brasil, Academia de Belas Artes-Minas Gerais.

Site onde encontram-se meus trabalhos poéticos.

 

http://iraazevedo.blogspot.com/

https://www.facebook.com/groups/1498942220380536

https://www.facebook.com/profile.php?id=100063679861664

@Cheirinhodepoesia (Instagram)

https://www.pensador.com/colecao/irarodrigues/

https://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/

 

 

 

Irá Rodrigues- Santo Estevão BA